Iguape
A viagem começa em Iguape, litoral sul de São Paulo, aonde cheguei vindo de Curitiba. No domingo cedo, depois de uma passada pela praça da cidade, rumei para a ilha comprida. O acesso é fácil pela ponte que liga a cidade a ilha.
São cerca de 60 km de praia na ilha comprida que é toda habitada. Mas somente no começo e no fim da pedalada você ira encontrar aglomeração de banhistas.
Depois de passar por uma grande leva de banhistas em busca de um lugar ao sol, é só pedalar e pedalar. O ritmo é tranqüilo e fácil, só reduzo a velocidade nas passagens de riozinhos no meio do caminho. Em todo percurso, somente em dois casos foi necessário descer e empurrar a bicicleta para não correr o risco de tomar um banho antes da hora.
No fim da ilha, uma outra aglomeração de gente. Pouco antes do fim da praia é necessário pegar uma estrada à direita para encontrar a bolsa que faz a ligação com Cananéia. São pouco mais de 3 km e meio até o canal e depois mais 15 minutos de balsa.
Cananéia
Cananéia é a porta de entrada para o turismo na Ilha do Cardoso. Ali fica também a sede do Parque Estadual da Ilha do Cardoso. A cidade é toda voltada para o turismo na ilha. São dois núcleos: O Perequê e o Maruja.
Meu destino era o Maruja, a parte plana da ilha onde a praia tem 18 km de extensão. Para chegar lá só de barco. São duas opções, barca da Dersa a 48 reais e ainda tendo que pedir uma permissão especial para levar a bike montada. Dentro do mala-bike ela vai sem problemas. Só um trabalhinho extra. A outra maneira são as voadeiras que levam bem menos tempo e cobram 35 reais. No entanto, é necessária a lotação mínima de cinco para eles partirem. A manha é tentar achar um “barco andando”, que é o morador do Maruja que vai a Cananéia e dá uma carona no retorno. Claro que também custa 35 reais, mas não há necessidade de esperar lotação. E neste caso sempre vale um chorinho para reduzir o valor.
O passeio de barco por si só já vale a pena. Na saída o mar ainda bate um pouco, mas quanto mais perto da vila do Maruja, mais calma ficam as águas do canal. Isso já vai dando o tom do lugar que você esta para chegar. Tranqüilidade total.
As casas do Maruja, cerca de 50, ficam do lado do canal. Do outro lado, a menos de 500 metros, o mar te espera com uma praia enorme.
No dia seguinte, parti não muito cedo em direção ao Superagui. No começo passei por uma pensativa caminhante, logo depois fui alcançado por um biker que corria para ir ver os restos de uma baleia morta na praia mais abaixo. Logo depois descobri que era um comitê de bikers atrás do crustáceo.
Daí em diante, só tive a companhia de amigos bichos que me tomaram mais tempo ainda fazendo fotos e vídeos.
Superagui
Cheguei ao fim do estado de São Paulo e fui para a travessia para a ilha do Superagui. Conto com a ajuda de um pescador que me leva de canoa. Ajuda esta, cotada a 15 reais. Desmonto a carga da bike para garantir uma travessia tranqüila. Essas canoas balançam muito. Colocar a carga no fundo ajuda a manter a estabilidade e evita sustos.
Já na Barra do Ararapira, eu teria a mais complicada das travessias. O mar tem seguidamente desbarrancado a ponta da barra, o que limita muito a passagem para a praia. São duas travessias de rios e o contorno da ponta onde árvores dificultam tudo com amare alta. O tempo que perdi de manhã batendo papo no Maruja e fotografando bichinhos fez falta.
Passei pelos rios a tempo, apesar das dificuldades. Com a água escura fica complicado acertar o local certo. Fiz sempre duas viagens para achar o caminho certo e evitar molhar tudo. Mas resolvi mudar o trajeto no meio do rio achando que mais para fora era mais raso e achei um buraco que quase me engoliu todo.
No fim, todo o esforço para ainda tentar passar na ponta da praia antes da maré alta de vez foi em vão. O mar chegou primeiro e com o tempo ruim, preferi esperar a maré baixar para passar os últimos 300 metros com segurança. Foram 4 horas de espera.
Cheguei a achar a trilha feita pelos moradores, mas ela já foi engolida também pelo mar em dois trechos. Há sinais de que pessoas têm passado por trás pelo meio do mato, mas ainda é bem fechado e empurrando uma bike com alforjes o trajeto fica irritante. Preferi esperar.
Saí às cinco da tarde e pedalei com vontade os 24 km de praia que faltavam para chegar à vila do Superagui ainda com luz do dia. Cheguei às sete da noite. Deu tempo de achar uma pousada e um jantar providencial feito no armazém dos moradores.
Dia seguinte, acordei com os pescadores para não perder a barca das sete para Paranaguá. Ao meio dia já estava em casa em Curitiba.
Para quem for de São Paulo, tem ônibus da Penha direto para sampa no fim da tarde.