Com que roupa eu vou?
Para ter uma bagagem perfeita você terá que gastar um pouco a mais e não ter receio de levar pouco.
Muitas vezes o primeiro erro ao compor a bagagem para uma viagem de bike é escolher o maior alforje. Ter muito espaço faz você levar coisas desnecessárias. Com a tecnologia de materiais para roupas e equipamentos de aventura que temos hoje, uma bagagem de mais de 10 kg para quem vai ficar em albergues ou pousadas já pode ser considerada exagero.
Para viagens acima de quatro dias você será obrigado a lavar roupa. Já que será inevitável, leve kits suficientes para dois dias e se programe para lavar roupa todo dia. Se algum dia isso não for possível, você estará coberto pelo segundo conjunto.
O primeiro passo para uma escolha eficiente é abolir o algodão. Ele ocupa muito volume e não seca em uma noite. Hoje a tecnologia de materiais sintéticos já consegue oferecer fibras tão confortáveis quando a natural ocupando metade do espaço e sem reter água. O segundo é desencanar de ter uma “roupinha pra noite”. Cicloturista já é considerado um ser de outro mundo. Você pode se vestir completamente desencontrado que eles vão creditar isso ao seu lado exótico.
Camisas
Camisas de ciclismo podem ser legais para pedalar com a turma, mas ficar com aquele elástico na cintura à noite é complicado. Então, além de parecer um outdoor ambulante durante o dia, você precisará de outra camiseta para a noite. Prefira as sintéticas confortáveis que você pode usar depois de seu merecido banho, essa mesma poderá ser a de pedal do dia seguinte. Com três camisas nesse esquema e lavando a do pedal no fim do dia, você vai longe e ocupa quase nada no bagageiro.
Pesquise os materiais sintéticos. Existem várias composições e vários tipos de fibras. Algumas são realmente caras com preços acima dos cem reais por peça, mas dá pra achar misturas de poliamida com elastano por menos de cinquenta reais e que imitam e bem uma camiseta de algodão.
Bermudas
Em cicloturismo, se você ajustar bem um selim, daria até para dispensar os modelitos bailarinas com forro. Em viagens maiores, usar o forro é até legal para evitar problemas. Mas lembre-se que o tecido deve ficar grudado a pele. Modelos com pouco elástico no tecido só agravam a situação. O problema de assaduras é o atrito da pele durante o movimento. Usar algo agarrado tem a função de fazer com que o atrito só ocorra entre o selim e o tecido.
Uma opção para quem não gosta do estilo bailarina são as bermudas com o forro destacável. Nesse caso você pode até levar dois forros para uma só bermuda. E sem o forro ela pode ser uma a mais para usar quando não está pedalando. Para essas horas a regra é fazer uso das calças de montanhismo com pernas destacáveis.
Calças
Jeans jamais. Trocadilho a parte, nessa área você leva no máximo dois exemplares das calças/bermudas que mencionei acima. Elas resolvem caso você não queria pegar um voo de bermudas e nas noites mais frias. Lojas de montanhismo têm várias opções.
Blusas de frio
Por segurança, leve sempre uma blusa. Mesmo no verão. Nesse caso, há opções sintéticas que retém pouca água e secam em até 12 horas. Para o frio mais intenso você combina a blusa com um anorak no esquema múltiplas camadas. Assim o frio fica do lado de fora.
Se o pedal for no inverno, você dobra a quantidade de blusas sob o anorak e lava uma à noite e a outra de manhã quando necessário. Ela fica bonitinha como bandeira na bike secando ao vento.
Roupas íntimas
Não invente. Quando usar forro para pedalar não use nada. Essas bermudas especiais são desenhadas para usar sem nada. As costuras e elásticos das roupas de baixo podem machucar em um pedal longo, mesmo parecendo macias. Leve somente o necessário para usar a noite.
E no caso das mulheres, se você decidir usar calcinhas descartáveis, em hipótese alguma as use para pedalar. Mesmo não tendo costuras elas são abrasivas. O resto você pode imaginar.
Para meias vale a mesma recomendação das camisetas: evite o algodão. Se secar camiseta desse material numa viagem já é complicado, meia então é quase impossível.