Relato enviado por Cesar e Regina Stella
Localizada na América Central, rodeada pelos oceanos Atlântico e Pacífico, em um território de 51 mil quilômetros quadrados a Costa Rica abriga aproximadamente 6% da biodiversidade mundial, possui regiões de montanhas e cordilheiras, com o ponto mais alto a 3819 metros do nível do mar, o Cerro Chirripó. Também se concentram vulcões em seu interior, como o Arenal, Irazú, Poás, e Turrialba. As praias do Caribe se destacam por sua diversidade aquática, areias claras e escuras, ideal para a prática de atividades na natureza e no mar. Já a costa do pacífico as praias alem de exuberantes paisagens , são muito recomendadas para a prática de surf.
O Clima é agradável o ano todo com mais calor na zona costeira. A época chuvosa vai de maio a novembro e a época mais seca vai de dezembro a abril.
O território possui 20 parques naturais, 8 reservas biológicas e uma série de áreas protegidas, com uma oferta variada de passeios e atividades para os amantes da natureza e dos esportes de aventura.
Como nem tudo é uma maravilha, o que se lê é que na Costa Rica o sistema rodoviário é muito precário. Realmente pudemos testemunhar isto, mas para nós ciclistas não foi o problema, muito pelo contrário, em razão desta deficiência, as velocidades são reduzidas, em geral 80 km/hora nas auto estradas e 60 km/hora nas vicinais, isto nos deu muita tranqüilidade durante o pedal.
Embarcamos dia 25 de dezembro de 2011 as 9:45 hs no Aeroporto Internacional de Guarulhos , São Paulo , e com quatro horas de viagem mais três horas de diferença devido o fuso horário chegamos as 17:00 horas no aeroporto internacional Juan Santamaria, próximo a cidade de Alajuela e distante 19 km da capital San José. Pegamos um taxi ( mini Van ) e seguimos para o Hotel BB Millenium a apenas 1 km do aeroporto. Montamos as Bikes e nos preparamos para o início da cicloviagem no dia seguinte.
O pedal mesmo começou dia 26 cedinho. O destino: La Fortuna , distante 106 km segundo nossas previsões . Já no inicio deparamos com uma dúvida, as informações desencontradas msotravam que a distância poderia ser 150 km, isso nos fez rever a jornada. Mas como sempre existe o anjo dos cicloturistas, encontramos o Domingo, um ciclistas que nos sugeriu não irmos pela auto-estrada e sim pela velha estrada de acesso a La fortuna. Aacabamos sendo guiados pelo Domingo até sua cidade, San Ramon, 59 km pedalados com muitas subidas . Chegamos por volta das 13 horas, mas decidimos que iríamos ficar por ali mesmo.
Dia seguinte, seguimos para La Fortuna numa estrada cheias de maravilhas naturais, altitudes e climas diferentes. Passamos por estações de esportes radicais como tirolesa, rapel e outros conhecidos como canopy e sky track. Quando nos aproximamos de La Fortuna eis que surge o grandioso Arenal, o principal vulcão ativo da Costa Rica. La Fortuna é famosa pelo Vulcão e por suas águas termais de origem vulcânica. Lá existem várias estâncias privadas como termas de Tabacón , Baldi e Laurelles . Optamos pelo último depois de pedalarmos 75 km.
A idéia de visitar o parque do vulcão Arenal foi por água abaixo com a chuva que caia. Além disso a névoa escondia qualquer paisagem. Assim seguimos para Nuevo Arenal. No caminho a mais deslumbrante paisagem, circundamos o lago Arenal por entre a mata, muita vegetação, pássaros, quatis, cobras e tudo que tinhamos direito.
Chegamos em Nuevo Arenal ainda cedo e resolvemos esticar o dia até San Rafael Guatuso.Como todo santo premia quem se esforça, encontramos uma das melhores pousadas da viagem, cabanas sueño real , onde pudemos lavar as bikes , roupas e tudo mais. Foram 70 km para ter direito a tudo isso.
O dia 29 começou especial, fomos conhecer o rio celeste, uma das maravilhas da Costa Rica.
Poucos quilômetros de asfalto e lá veio a terra. Muitas pedras e umas subidas que lembraram o Caminho da Fé, uns 25 km de sofrimento e chegamos no parque Vulcão Tenório onde encontra-se o Rio Celeste. Apesar de ser um lugar espetacular, pela dificuldade do acesso não é muito difundido pelas agencias de turismo. Além de contemplarmos uma linda cachoeira, pudemos ver a verdadeira química da natureza, quando dois rios se encontram e transformam a límpida água em azul, é impressionante.
Dia seguinte saímos de Bijágua. Foram 17 km em um bom asfalto e com vento a nosso favor e eis que entramos na terra. Os 16 km seguintes, agora com vento lateral estilo derrua bike, pareciam intermináveis. Ao avistarmos um conjunto de geradores de energia eólica, bem propícios para o local, percebemos que estavamos brigando com um vento realmente forte.
Novamente asfalto, demos de cara com o lago Arenal, e mais 13 km chegamos em Tilaram, onde pela programação iríamos pernoitar. Ainda era cedo, resolvemos almoçar e seguir até uma próxima cidade, assim adiantaríamos o dia seguinte para Monte Verde. Pedalamos a procura de uma pousada, e nada de aparecer algo onde pudéssemos ficar, passaram-se alguns quilômetros e já estava perto de escurecer, na Costa Rica o por do sol se da por volta das 17:30 horas o que prejudicava-nos um pouco.
Quando achamos que tinhamos achado um abrigo para aquela noite, uma base de apoio a turistas chamada Vientos Frescos, fomos informados que não havia acomodações para pernoite. Alternativas começaram a ser avaliadas e a mais sensata e prática foi arrumar um transporte para nos levar à Monte Verde. Nos restava apenas um caminhão de transporte de gado. Acomodamos nossas bikes e encaramos na carroçaria 25 km de estrada de terra com muitos e muitos buracos, subidas e descidas intermináveis além do frio e a escuridão da noite . Enfim, foram mais de duas horas para fazer o percurso, imaginem de bike, Chegando a Monte Verde, cassamos o primeiro abrigo, as Cabanas Sinai. O anfitrião, Brian, nos recebeu com muita festa.
O último dia do ano resolvemos descansar em Monte Verde mesmo. O local especial por apresentar um alto índice de nebulosidade em floresta tropical, que permite a proliferação de raras espécies de plantas, alem de abrigar vários parques de esportes de aventura.. A noite a passagem do ano novo foi no próprio hostel, onde compartilhamos com os anfitriões e com outros hospedes nossa singela ceia de ano novo.
Ano Novo, muito pedal pela frente. Nosso objetivo era parque nacional de Barra Honda, a 112 km que deveriam ser percorridos por estradas de terra e asfalto com poucas referencias para nos orientarmos. Chegamos pouco mais de 16:00 hs, e paramos no primeiro abrigo do parque, as cabanas do Parque Nacional . De toda a viagem este foi o único local que não tivemos um atendimento cordial . Fomos recepcionados pelos donos das Cabanas, que pareciam estar nos fazendo um grande favor em alugar-nos seus chalés.
Dia seguinte, depois de um café da manhã que é melhor esquecer, de tão ruim que estava, fomos visitar o parque Barra Honda, mas não poderíamos visitar as cavernas, pois demandaria o dia todo e o grupo preferiu seguir viagem e reservar um dia para as praias.
Partimos em direção a Samara, 53 km, no litoral do pacífico, seria nosso primeiro contato com o mar. Chegamos por volta das 15 horas , saboreamos um belo macarrão com frutos do mar e seguimos a procura de um camping. Primeira noite acampando, armamos as barracas em um camping pé na areia e curtimos aquele banho de mar nas aguas mornas do pacífico.
Próximo destino, Manzanilo. Passamos pela bela praia de porto Carrilo para depois encarar a esperada subida para da praia de Punta Islita , 300 mts de ascensão e uma difícil inclinação. A recompensa foi poder avistar o maravilhoso oceano com praias ainda mais lindas. Vencido o cansaço, chegamos a praia de San Miguel onde fizemos uma super parada para o almoço em uma área toda gramada e sombreada, onde o prato do dia foi um pescado frito inteiro e de quebra aquela cervejinha gelada. Seguimos pela praia, tínhamos como objetivo alcançar a praia Coyote atravessando os rios que desaguavam na praia. Dois pequenos córregos foram facilmente superados, mas quando chegamos no final da praia o ultimo rio estava muito profundo e acabamos retornado e fazendo a volta passando pela cidade de San Francisco. Chegando lá decidimos que não seguiríamos até Manzanilo e procuramos um local para ficar. Por fim acabamos indo à praia Coyote onde acampamos à beira mar depois de 55 km percorridos.
O objetivo do dia seguinte era chegar em Montezuma, 50 km . Seguimos serpenteando a praia, por uma estradinha de terra, foram varias travessias em rios e córregos até chegarmos em Santa Tereza, um local típico de surfistas. Local muito agitado até Mal Pais, com comercio em toda extensão da estrada, premiada com muita poeira devido ao alto volume de carros de turistas. De Mal Pais a Montezuma o caminho corta a pontinha da península do Cabo Blanco nos levando por meio da mata até Montezuma. Encontramos um hostel com vaga apenas para três do grupo, contudo liberaram a área em frente à praia para que os outros armassem suas barracas. Montezuma é uma localidade bem pitoresca e reúne muitos turistas com opções alternativas, meio bicho grilo, entendem.
No quinto dia do ano, tivemos uma jornada e tanto, chegamos em Paquera , 45km, pegamos ferry boat para Puntarenas, e de lá, um ônibus para Quepos. Conseguimos um tal sincronismo nos horários que antes das quatro da tarde já estávamos em Quepos. Demos uns giros pela cidade e acabamos ficando num hostel bem no centro da cidade. A Noite saboreamos a melhor macarronada da viaje no Ristorante L’ Angolo do italianíssimo Luigi.
No dia seguinte,recorremos a um taxi para visitar o parque Manoel Antonio, um dos locais mais visitados por turistas na costa rica. Um local cuja biodiversidade pode ser contemplada em passeios pelos bosques alem de praias de exuberante beleza. Com essa logística, às 11 horas já havíamos retornado ao hostel, pegado as bikes e partido para praia de Uvita , 80 km adiante onde resolvemos morgar por um dia todo para recompor as energinas.
Com tudo renovado e após um ótimo café da manhã no restaurante Mi Sol, galo pinto com plátanos e ovos, seguimos para Golfito, 115km. Um pedal e tanto, tínhamos que fazer o percurso em 9 horas para dar tempo de pegar o ultimo barco de travessia para Porto Jimenez. Em Golfito contratamos um barco que nos levou até Porto Jimenez a tempo de almoçamos um bom pescado, e depois sair a procura de pousada. Acabamos acampando em um camping ao lado da praia onde tamanduá, macacos e jacarés faziam parte do maravilhoso cenário do local.
Dia 09, fomos conhecer as praias do cabo Matapalo, percorremos 22 km até o ponto mais próximo antes de atravessarmos o cabo para o lado do Pacifico. Isto porque vínhamos pelas praias do golfo Dulce que abriga-se na Peninsula de Osa .
Passamos o dia visitando as praias, com freqüência de surfistas mais intensa, mas que não ofuscava em nada a beleza natural do lugar. Para repor as energias fomos ao único restaurante da região, um caro restaurante para gringos onde um lanche de duas torradas com queijo e uma saladinha custou o equivalente a R$20,00.
No dia 10 retornamos a San José de van. Como ainda tinhamos mais três dias de viagem aproveitamos para conhecer os vulcões que ainda faltavam. O primeiro foi o Irazu, um dos vulcões mais ativos da Costa Rica e esta a 3432 metros acima do nível do mar. Sua cratera contem um lago azul turqueza que impressiona a qualquer um. Ficamos lá até as 12:30 horas e retornamos com o mesmo ônibus, com a vantagem de irmos direto para San Jose. Chegamos a tempo de visitar praças, o museu do ouro, alem de fazer compras e compartilhar da vida agitada que até então não havíamos visto..
Por fim, só faltava o vulcão Póas que esta localizado sobre a cordilheira Vulcânica Central, próximo a cidade de Alajuela. Ele possui 2708 metros, suas ultimas erupções ocorreram entre 1952 e 1954 e é um dos mais espetaculares e mais visitados do pais. Após contemplarmos o Vulcão seguimos até a cidade de Alajuela onde fizemos uma parada para o almoço, estávamos nos despedindo da Costa Rica, seguimos para o Aeroporto internacional Juan Santamaria para pegamos o avião de volta para o Brasil.
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